
A estiagem que atingiu o município de Ibirubá durante o verão de 2024 resultou em perdas significativas na produção agrícola. Dados atualizados nesta quarta-feira (7) pela Comissão Municipal de Estatística Agropecuária (COMEA), em conjunto com o IBGE da agência de Cruz Alta, apontam produtividade abaixo da média histórica, principalmente nas lavouras de soja de sequeiro.
De acordo com o levantamento, a soja de sequeiro, que ocupa a maior parte da área cultivada no município — 41.500 hectares —, registrou produtividade média de 2.400 kg por hectare, o que corresponde a 40 sacas de 60 kg/ha. Já a soja irrigada, cultivada em 4.100 hectares, teve desempenho superior, com média de 4.500 kg/ha ou 75 sacas por hectare.
A colheita ainda não foi finalizada: cerca de 4% da área total de soja permanece em campo, especialmente em áreas de segundo cultivo. Apesar disso, o cenário consolidado já confirma os efeitos diretos da seca prolongada sobre a principal cultura do município.
A reunião desta quarta-feira teve como objetivo avaliar as áreas e os rendimentos médios das culturas de verão do ano agrícola 2024/25. Participaram representantes da COMEA e técnicos ligados ao setor agropecuário. As informações coletadas serão encaminhadas aos órgãos estaduais e federais para atualizar os dados oficiais e subsidiar futuras ações de apoio ao produtor.
A situação já havia levado a Prefeitura de Ibirubá a decretar situação de emergência em fevereiro, em virtude dos impactos da estiagem. O decreto aguarda homologação estadual para viabilizar medidas de socorro, como acesso a crédito emergencial, renegociação de dívidas e outras formas de assistência.
Segundo membros da comissão, os dados reforçam a necessidade de ampliar investimentos em irrigação, seguro agrícola e políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas. A expectativa agora recai sobre o planejamento da próxima safra e sobre o apoio que os agricultores poderão receber nos próximos meses.