03 de Abril, 2021 19h04mNotícias Gerais

O verdadeiro significado da Páscoa

Você sabia que existem duas Páscoas na bíblia? Existe diferença entre uma e outra?

Quando se fala em Páscoa, o que vem na sua mente? Com certeza você pensou no coelho da Páscoa, em ovos de chocolate, ou até mesmo em ovos de galinha recheados com amendoim, não é mesmo? Mas eu me pergunto, coelho bota ovos? Porque chocolate?

Qual o verdadeiro significado da Páscoa? O que tem haver com o coelho? A páscoa é uma comemoração cristã? 

Para responder essas e outras perguntas, primeiramente, precisamos voltar ao antigo testamento da bíblia, depois ao novo testamento.

Páscoa se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach / Pesach, que significa “a passagem”. Essa “passagem” esta descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito. A Páscoa era celebrada pelos judeus para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo.

Já no Novo Testamento, a Páscoa é a celebração da passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus Cristo.

De acordo com o calendário cristão, a Páscoa consiste no encerramento da chamada Semana Santa. No catolicismo, as comemorações referentes à Páscoa começam na "Quinta Feira Santa" com a Missa da Ceia do Senhor. Em seguida, na "Sexta Feira Santa" é celebrada a crucificação de Jesus. O "Domingo de Páscoa", que celebra a sua ressurreição e o primeiro aparecimento aos seus discípulos, encerra as comemorações de Páscoa.

A Semana Santa é a última semana da Quaresma, período em que os fiéis cristãos devem permanecer por 40 dias em penitências e períodos de jejum. Apesar disso, as práticas nesta época variam de acordo com a religião em questão. Por exemplo, os cristãos católicos e os cristãos protestantes têm práticas diferentes durante a Páscoa.

O dia da Páscoa foi estabelecido por decreto do Primeiro Concílio de Niceia (ano de 325 d.C), devendo ser celebrado sempre ao domingo após a primeira lua cheia do equinócio da primavera (no Hemisfério Norte) e outono (no Hemisfério Sul).

A Páscoa é uma festa móvel. É um tipo de feriado que não ocorre sempre na mesma data no calendário civil, mas tem um período certo para acontecer. Como carnaval, por exemplo. A comemoração da Páscoa costuma ser entre os dias 22 de março a 25 de abril.

A Páscoa é comemorada em vários países, principalmente aqueles com fortes influências do cristianismo. Os espanhóis chamam a data de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques.

Páscoa judaica

A Páscoa judaica é conhecida pelos judeus como Pessach, palavra do hebraico que significa passagem. A Páscoa comemorada pelos judeus também é uma de suas festas religiosas mais importantes, assim como é a Páscoa para os cristãos. A Páscoa judaica é celebrada de acordo com o calendário próprio dos judeus.

O calendário judeu (ou calendário hebraico) é conhecido por ser um calendário lunissolar, isto é, que se baseia nos ciclos da Lua e do Sol. A Páscoa judaica é comemorada anualmente no dia 14 de nissan (ou nisã), pelo fato de que a primeira Páscoa comemorada pelos judeus, enquanto eram escravos no Egito, aconteceu nos dias 14 e 15 de nissan, há cerca de 3500 anos.

A primeira Páscoa aconteceu no contexto da escravidão dos hebreus no Egito. Esses, originários de Abraão, estabeleceram-se em Canaã e, depois de um tempo de seca e falta de alimentos, mudaram-se para o Egito, local no qual acabaram sendo escravizados. A libertação dos hebreus foi realizada por Moisés, logo após a execução das dez pragas no Egito, segundo a narrativa judaica.

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A Páscoa judaica aconteceu pouco antes da execução da décima praga, na qual o anjo da morte desceu ao Egito e matou todos os primogênitos daquela terra. O anjo da morte só não passou pelas casas daqueles que haviam seguido as ordens de Javé realizando a festa, da forma conforme havia sido ordenada, e passando o sangue do cordeiro nos umbrais de suas portas. Após a décima praga, os hebreus foram libertos da escravidão e autorizados a retornarem para Canaã.

Páscoa no Novo Testamento

A Páscoa no Segundo ou Novo Testamento é a passagem da morte para a vida – é a Ressurreição de Jesus de Nazaré, que havia sido morto na cruz. É a vitória de Deus sobre tudo o que fere e mata a vida. Jesus faz a sua passagem da morte para a vida plena. A partir da Ressurreição de Jesus temos o convite de Deus para participar da vida eterna. Como a prisão de Jesus e sua posterior morte, ocorreram na época da celebração da Páscoa dos Judeus (cf. Mt 26,17-56; Mc 14,12-50; Lc 22,14-62 e Jo 13), a sua Ressurreição toma agora o significado de libertação da morte para a vida eterna. Está descrita nos evangelhos: Mt 28,1-8; Mc 16,1-8; Lc 24 e Jo 20.

Para nós cristãos, a Páscoa tem este significado, a Ressurreição de Jesus, a ressurreição para a vida plena, para a vida eterna, para uma nova vida de amor com Deus.

Muitas pessoas mesmo que ainda estejam vivas, enquanto não vivem no amor, na paz, na justiça e na alegria que Deus nos oferece, mas que preferem viver dominadas pelo ódio, pela mentira, pela vingança, pela injustiça e pelo desamor, estão mortas para Vida. E quando uma dessas pessoas percebe que Jesus lhes oferece uma nova vida de amor e a Ele aderem, e mudam totalmente de vida, fazem assim digamos uma ressurreição, como em Lc15,32.

Símbolos da Páscoa

A Páscoa é recheada de símbolos representativos, assim como quase todas as celebrações religiosas. A maioria destes símbolos, no entanto, foram sincretizados pela igreja a partir de costumes e rituais pagãos ou de outras religiões.

O coelho da Páscoa, por exemplo, se tornou um dos principais símbolos desta festividade em referência às comemorações feitas pelos povos antigos durante o começo da primavera. Acreditava-se que o coelho era a representatividade da fertilidade e do ressurgimento da vida.

O ovo também é um símbolo da Páscoa, pois representa o começo da vida. Vários povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes a passagem para uma vida feliz. A partir deste costume, surgiram os primeiros Ovos de Páscoa.

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