25 de março, 2024 09h03m Política por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Requerimento para abertura de CPI na Câmara de Vereadores de Ibirubá esquenta o clima em ano eleitoral

Debates nas sessões em ano eleitoral expõem falta de harmonia e problemas de relacionamento entre vereadores

A Câmara Municipal de Ibirubá se vê imersa em um turbilhão político enquanto enfrenta uma série de desafios administrativos. Desde que a vereadora Patrícia Sandri (União Brasil) assumiu a presidência da casa legislativa, controvérsias têm sido frequentes, uma delas o fim das transmissões ao vivo das sessões da casa legislativa pelas redes sociais. A polêmica da semana é uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar gastos relacionados a um curso técnico da Uvergs que teve um boleto enviado para a Câmara cobrando a inscrição de Dileta Pavão das Chagas e mais dois assessores enquanto ainda era secretária de Indústria Comércio e Empreendimentos. Se aprovada será  a primeira vez que uma CPI se instala na Câmara.

O pedido da CPI entra no centro das atenções e da tensão política em um período pré eleitoral. O requerimento foi apresentado pela vereadora Patrícia Sandri (União Brasil) e assinado pelos vereadores Maria Ilani Henkes Lamb, do MDB, Zalo Bueno da Silva e  Gesmari Jandrey, do Progressistas, partido de Dileta Pavão das Chagas. O requerimento, fundamentado no regimento interno da Câmara, busca apurar supostas irregularidades na participação da agora vereadora no referido evento, por conta do boleto da inscrição de Dileta e dos assessores Michael Pedrotti, coordenador da Secretaria de Indústria Comércio e Empreendimentos e um outro participante, que segundo Dileta é seu assessor pessoal. 
A solicitação da CPI vem em meio a uma série de dificuldades enfrentadas pela gestão da vereadora Patrícia Sandri. Mudanças na legislação de licitações têm gerado complicações na contratação de serviços e fornecimento de produtos essenciais, como água, café e materiais de limpeza. Além disso, o cancelamento das transmissões ao vivo das sessões da câmara tem sido alvo de críticas da população, em especial quem não consegue ir presencialmente acompanhar o trabalho legislativo e utilizava as lives na internet para buscar informações. Em paralelo surge o questionamento sobre valor gasto em diárias, passagem e hospedagem dos vereadores à Brasília, antes mesmo do retorno do recesso parlamentar, em viagens dias 02 de fevereiro e 15 de fevereiro. Até o dia 16 de março, a Câmara empenhou R$ 53.559,81 em diárias. Diante desse cenário, surge a questão: será que a CPI sobre os gastos com as incrições em curso técnico, no valor de R$ 850,00 cada, é realmente uma resposta adequada aos desafios enfrentados pela Câmara Municipal de Ibirubá? Há quem veja nesse pedido uma estratégia para desviar o foco das controvérsias e dificuldades administrativas, criando uma cortina de fumaça em ano eleitoral. Enquanto isso, as preocupações da população com a transparência, a eficiência e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos permanecem em segundo plano.
O embate político em torno da requerida e ainda não aprovada CPI reflete as disputas de poder e as divergências de opiniões que marcam o cenário político local. Enquanto os vereadores se engalfinham em meio a acusações e contrapontos, a população aguarda por respostas concretas e soluções efetivas para os problemas enfrentados pela Câmara Municipal. Em ano eleitoral, o desafio é garantir que as prioridades da comunidade não se percam em meio às disputas políticas, e que a busca por transparência e responsabilidade na gestão pública prevaleça sobre interesses partidários. 
O pedido, segundo o regimento interno da Câmara, exige aprovação de 2/3 da casa. Conforme nossa apuração, o curso da Uvergs  para novas mesas de diretoras, no qual a vereadora Dileta Pavão das Chagas se inscreveu quando ainda era secretária, também era direcionado a prefeitos, secretários e coordenadores dos poderes executivos, como consta em um folder de divulgação. No entanto, a formação oferecida não condizia com a posição ocupada pela vereadora, já que estava saindo da secretaria e retornando a sua posição como vereadora eleita, mas sem tarefa na mesa diretora, o que levanta  dúvidas sobre a legitimidade dos gastos.
Aliás, é preciso analisar que em se tratando de participação em cursos e viagens, mesmo em período de recesso, a Câmara de Vereadores sob a presidência da vereadora Patrícia Sandri também abusou dos recursos públicos. Se por um lado afirma que não transmitir a sessão é para economizar recursos, antes mesmo do retorno das sessões ordinárias no mês de março, a Câmara já havia gasto quase R$ 40 mil em diárias, inclusive participando de cursos , eventos e viagens. A reportagem tentou contato na terça-feira, via WhatsApp, com a presidente Patricia Sandri, porém não obteve resposta. A assessoria  da casa confirmou para quinta-feira (21) a entrevista com a presidente, entretanto no início da manhã a agenda foi cancelada a pedido de Patricia, justificando não estar bem de saúde.
Contraponto da Vereadora Dileta
Dileta Pavão das Chagas nega as acusações, afirmando não ter pago pelo curso e criticando os vereadores que assinaram o pedido de CPI. Ela ressalta que as diárias para participação no evento foram autorizadas pelo Prefeito Municipal e que o curso era direcionado também para gestores públicos do poder executivo. Segundo ela o pedido é recheado de preconceitos e uma necessidade de atingir o seu trabalho, seja no executivo, seja no legislativo. Para ela é uma questão de perseguição política e falta de ações para apresentar para a comunidade. A vereadora disse que vai acionar todas as instâncias para processar inclusive civilmente todas as ofensas e calúnias que segundo ela está sendo vítima.
O pedido de abertura de CPI para investigar gastos em meio a controvérsias políticas em Ibirubá reflete um cenário de disputas e divergências entre os membros da câmara municipal. Cabe à população aguardar por esclarecimentos e medidas concretas para garantir a transparência e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos, especialmente em um contexto eleitoral polarizado. 
 

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