A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (FETAG) realizou uma mobilização na manhã desta quarta-feira (19) em Ibirubá. A mobilização faz parte da jornada de lutas dos agricultores familiares do Rio Grande do Sul em busca atendimento da pauta de reivindicações da agricultura familiar no Rio Grande do Sul.
O protesto reuniu cerca de 500 agricultores de 11 municípios do Alto Jacuí e se concentrou em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibirubá. O Prefeito de Ibirubá Abel Grave, de Selbach, Michael Kuhn também participaram do ato e deixaram o seu apoio para a manifestação. O presidente da Cotribá, Celso Krug também deixou seu apoio para a manifestação dos agricultores familiares. Segundo Maiquel Junges, coordenador sindical da FETAG no Alto Jacuí, o objetivo do protesto é sensibilizar o governo federal sobre a situação dos agricultores e agricultoras familiares, que estão enfrentando uma estiagem que assola muitos municípios do Estado, incluindo Ibirubá.
De acordo com ele, desde janeiro, a FETAG tem feito muitas reuniões presenciais e virtuais em Brasília, além de mobilizações em todo o Estado, na tentativa de sensibilizar o governo federal para a situação dos agricultores. Ele destaca que existem cinco pontos fundamentais que estão sendo reivindicados pela federação neste protesto.
O primeiro ponto é a questão das negociações das dívidas dos agricultores que não têm recursos para pagá-las nos agentes financeiros. O segundo ponto é o rebate para que o agricultor que tem algum recurso possa pagar seus investimentos com um desconto de 35%. O terceiro ponto diz respeito a uma linha de crédito de 50 mil com 2% de juros e 10% de desconto, para que o agricultor possa tocar sua propriedade, pagar o arrendamento, o óleo diesel e alguns investimentos que não estão disponíveis nos agentes financeiros. O quarto ponto é que o governo federal estabeleça uma situação especial para aqueles municípios que decretaram emergência, permitindo que o agricultor possa tomar crédito em 2024. Por fim, o quinto ponto é que o governo federal subsidie o milho do centro-oeste para o Rio Grande do Sul, permitindo que o agricultor possa tratar seus animais de maneira mais barata.
“Esses são os cinco pontos que estão sendo reivindicados pela FETAG neste protesto, na esperança de que o governo federal tome medidas para ajudar os agricultores e agricultoras familiares a enfrentar a estiagem que assola o Estado e possa continuar produzindo alimentos para toda a sociedade", defende o sindicalista.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibirubá Leonir Fior destacou a dificuldade enfrentada por agricultores familiares com a estiagem e a necessidade do governo federal ouvir as reivindicações e apresentar respostas para a pauta que está sendo negociada. “A gente quer uma prorrogação de dívidas, visto que o agricultor não vai ter dinheiro para pagar as suas contas. Também pedimos um rebate de 35% em cima das dívidas, a gente quer que o governo olhe um pouquinho para a pequena propriedade, que está passando por bastante dificuldade nesse momento em função dessa seca. Porque o setor empresarial, a grande agricultura, já enfrenta dificuldades, imagina o pequeno agricultor ", esclarece.