
Das antigas filmadoras de ombro as modernas câmeras mirrorless, Michael Kempfer ajudou a registrar e eternizar momentos que marcaram a história recente de Ibirubá e região.
Natural de Carazinho, Michael Rodrigo Kempfer Backes chegou a Ibirubá aos 14 anos, vindo por motivos familiares, e rapidamente se integrou à comunidade. O que começou como um trabalho de garçom no restaurante Gourmet, com apenas 14 anos, se transformaria anos depois numa das trajetórias mais marcantes da produção audiovisual da região.
— Eu vim para Ibirubá por uma necessidade, mas foi aqui que encontrei meu caminho e me descobri como profissional — contou Michael em entrevista. Ao longo dos anos, ele passou por vários ofícios, mas foi no Estúdio Zamboni Color que teve seu primeiro contato com o mundo da fotografia e do vídeo. — Comecei revelando fotos, lidando com negativos, aprendendo tudo do zero — lembra.
A mudança da fotografia analógica para o digital foi uma revolução que Michael viveu intensamente. — Nós revelávamos mais de 700 filmes por dia no auge. Um ano depois, caiu para 100. Foi um choque — descreve. Essa transição marcou também a evolução de sua carreira, agora focada em vídeo.
Após o encerramento das atividades do estúdio com a morte de seu Zamboni, Michael ingressou na equipe do Estúdio Magia, com Eliseu Feiten. A parceria deu início a uma nova fase: a produção de vídeos sociais e institucionais, com olhar artístico e sensibilidade narrativa. — Ali eu comecei de fato a contar histórias com imagens — diz.
Michael passou a ser requisitado para casamentos, aniversários, documentários e produções empresariais. Seu diferencial? A capacidade de transformar eventos cotidianos em peças emocionantes. — O segredo é saber contar uma boa história. Equipamento qualquer um compra. O olhar e a narrativa fazem a diferença — afirma.
Um dos momentos mais marcantes da carreira de Michael foi a produção do vídeo com sua própria avó, em 2017. — Ela foi minha mãe aqui em Ibirubá. Tive a sorte de registrar em vídeo parte da sua história antes que ela partisse. Hoje esse material é um tesouro para nossa família.
Com a pandemia, Michael também se reinventou. Produziu lives musicais e beneficentes, como as do projeto Valorize Ibirubá, e contribuiu com a manutenção da cultura e do entretenimento em tempos difíceis. Ao lado do saudoso Cláudio Motta, foi responsável por registros icônicos, como a live 'Nas Águas do Passo Real''. Aquele projeto nos elevou a outro patamar. Unimos drone, edição ao vivo e performance — conta.
Hoje, à frente da Emocione Filmes, Michael Kempfer acumula trabalhos com empresas de toda a região. Seu nome está ligado às maiores indústrias de Ibirubá, às principais cerimônias sociais e à preservação de memórias afetivas da comunidade.
— Todo mundo hoje produz conteúdo. O que diferencia é quem toca o coração das pessoas — define Michael. Com humildade ele se consolidou como muito mais que um videomaker: é um contador de histórias e uma referência regional no audiovisual.