22 de outubro, 2022 13h10m Agronegócio por Cristiano Lopes

Plantio da Soja inicia no RS com apreensão sobre efeitos climáticos para safra 2023

O fenômeno La Niña vem, desde setembro de 2020, e tem influenciado o clima global e vem gerando preocupação aos agricultores. Apesar de ter enfraquecido em fevereiro e maio, o esfriamento das águas superficiais na região da Linha do Equador no Oceano Pacífico começou a ser registrado pelos serviços de acompanhamento meteorológico em abril deste ano

Efeitos do clima podem não ter tanto impacto na safra 2022/2023
Efeitos do clima podem não ter tanto impacto na safra 2022/2023

Com a abertura oficial do plantio da Soja da Safra 2022/2023, as expectativas sobre as condições do clima crescem junto ao setor primário da economia gaúcha e brasileira. Em um cenário ainda incerto, o plantio da soja que tardou seu início em relação ao ano anterior, se deve a implementação do Vazio Sanitário do Estado, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Período em que caso não ocorra controle de plantas vivas de soja de forma natural (geadas) deve ser realizado o controle químico, evitando assim, a proliferação dos fungos de ferrugem asiática, principal doença fúngica das lavouras de soja, e com o início do plantio, a expectativa dos produtores fica focada nas condições do clima. Clima este, que na última safra, em decorrência do fenômeno La Niña, ocasionou a maior seca da década no Rio Grande do Sul reduzindo de forma significativa a produção das lavouras de soja e milho da safra 2021/2022. 

A preocupação é porque segundo dados climáticos de institutos norte-americanos, o fenômeno La Niña, prevalecerá até março de 2023, o que poderia causar novo ciclo de frustração de safra. Caso se confirme, seria a segunda vez na história, que teríamos a incidência de um triênio do fenômeno, consecutivos. “ Este cenário, que nos traz preocupação ao futuro da produção de grãos e deixa apreensivo, todos os segmentos do agronegócio”, afirma o consultor do agronegócio da Epagro Marcio Ücker. Mesmo com as projeções americanas ele acredita que existe um prognóstico positivo com base em dados locais na Estação Meteorológica instalada no Distrito Alfredo Brenner em Ibirubá. “Segundo os dados divulgados, teremos precipitações um pouco abaixo das médias mensais, mas que se bem distribuídas, poderão causar uma safra verão 2022/2023 de soja e milho, muito acima, em se comparado à safra passada” comemora.

Segundo ele, o volume de chuva é menor em novembro/2022, o que favorece a implantação das lavouras de Soja, e um volume menor no mês de janeiro/2023, que em tese, se bem distribuídas, não causariam danos de grande montante na produção. “Nos meses de fevereiro e março de 2023, período em que as lavouras de soja, mais necessitam de chuva, teria volumes mais significativos, o que garantiria uma safra boa em nossa região.” acredita. Segundo a Emater/RS-Ascar a área projetada para a safra de soja 2022/2023 é de 6.568.607 hectares, ou seja, 2,83% maior do que a safra anterior. A produtividade estimada é de 3.131kg/ ha, significando a produção de 20.563.989 toneladas. 

O efeito La Niña O La Niña altera o regime de chuvas em todo o planeta, afetando diversas culturas. O evento climático favorece as estiagens em importantes regiões produtoras de grãos do mundo, como o Sul do Brasil, a Argentina e os Estados Unidos, provocando perdas de produtividade e até quebra de safra. A ocorrência reiterada tem diminuído o interesse dos agricultores em certas culturas, causando um efeito a longo prazo no balanço global. A redução das lavouras argentinas de trigo, responsáveis por cerca de 8% das exportações mundiais, e das lavouras brasileiras de milho, que exportam cerca de 20% do volume global, está relacionada ao fenômeno dos últimos dois anos. Porém, regiões áridas, como o Nordeste e o Centro-Oeste brasileiros e a Austrália, são beneficiados com uma precipitação acima do normal, favorecendo a rentabilidade das plantações. Os australianos, por exemplo, têm visto a sua produção de trigo bater recordes, saindo de 14,5 milhões de toneladas, em 2019/2020, para 36 milhões de toneladas em 2021/2022.

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